Homem é indiciado por crimes de abuso e cárcere privado contra a família em Novo Oriente de Minas
Polícia Civil de Minas Gerais revela décadas de abusos e violência. O caso veio à tona após uma das vítimas, uma filha do suspeito, ter coragem de denunciar o pai à polícia.
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou um homem de 52 anos por uma série de crimes horrendos cometidos contra sua própria família, na zona rural de Novo Oriente de Minas. As investigações, conduzidas pela Delegacia Regional de Teófilo Otoni, revelaram um histórico de abusos que se estenderam por mais de duas décadas. O caso veio à tona após uma das vítimas, uma filha do suspeito, ter coragem de denunciar o pai à polícia.
De acordo com a delegada Hérika Sena, o homem mantinha sua esposa em cárcere privado durante praticamente todo o tempo em que viveram juntos.
"A vítima só saía de casa para receber o benefício e, muitas das vezes, era acompanhada por ele. Nenhum vizinho a conhecia, nem mesmo parentes tinham acesso a ela", afirmou a delegada, chocada com as condições em que a mulher foi mantida.
As investigações revelaram que o suspeito não apenas agiu com violência contra a esposa, mas também forçou-a a ingerir medicamentos para abortar três fetos, um dos quais já estava com oito meses de gestação.
"Tivemos informações de que ela ficou muito mal de saúde, mas ele não lhe deu acesso a assistência médica", acrescentou a delegada.
Os fetos foram enterrados no quintal da residência da família, e uma roupa de bebê foi encontrada durante as buscas, confirmando as denúncias.
Além disso, as vítimas, que têm idades entre 3 e 22 anos, também sofreram abusos sexuais. O homem furou paredes da casa para observar as filhas enquanto se vestiam e tomavam banho. A sogra do suspeito, mãe da esposa, também foi alvo de abusos e acabou falecendo devido à falta de assistência médica quando adoeceu.
O homem foi indiciado pelos crimes de cárcere privado, estupro de vulnerável, violência psicológica, aborto e ocultação de cadáver.
A brutalidade e a extensão dos crimes chocaram a comunidade e levantaram questões sobre a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger as vítimas de violência doméstica.
O caso segue em investigação, e a polícia trabalha para garantir que todas as vítimas recebam o apoio necessário e que a justiça seja feita.
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