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Ibiá lidera ranking de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão em Minas Gerais

Município do Alto Paranaíba registrou 78 resgates em 2024, maior número do estado, que responde por 25% dos casos nacionais.

Foto: Divulgação/MPT-MG
Foto: Divulgação/MPT-MG

A cidade de Ibiá, localizada na região do Alto Paranaíba, entrou para uma triste estatística ao se tornar o município com o maior número de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão em Minas Gerais. A informação foi divulgada na quinta-feira (30) pela Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), com base em levantamento das ações fiscais realizadas em 2024. Ao todo, 78 pessoas foram resgatadas no município, o maior número entre as 38 cidades mineiras onde foram registrados casos do tipo.


Minas Gerais lidera, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional de resgates de trabalhadores submetidos a condições degradantes. Em 2024, foram 500 pessoas resgatadas no estado, o que representa 25% do total registrado em todo o país. De acordo com a SRTE, 108 ações fiscais foram realizadas no estado, com 39 delas resultando na caracterização do crime de trabalho análogo à escravidão.


Além de Ibiá, outras cidades da região do Alto Paranaíba também aparecem com números expressivos, como Romaria (43 resgatados), Tapira (41) e Serra do Salitre (39). O superintendente regional do Trabalho, Carlos Calazans, destacou o esforço da fiscalização no combate a essa prática, que viola a dignidade humana.

“Temos uma equipe atuante e efetiva, empenhada em eliminar o trabalho análogo à escravidão em Minas Gerais”, afirmou.

Calazans também anunciou o lançamento de uma campanha intitulada “Minas sem Trabalho Escravo”, prevista para fevereiro, com o objetivo de mobilizar a sociedade no enfrentamento ao problema. “Queremos contar com a colaboração de todos para erradicar essa prática”, completou.


Perfil das vítimas e setores envolvidos


Os dados da SRTE mostram que a maioria dos resgates ocorreu em atividades ligadas ao cultivo de café (144 casos), seguido pelo cultivo de cebola (73) e pela produção de carvão vegetal (61). Outros setores, como o cultivo de alho, batata-inglesa e extração de quartzo, também aparecem com números significativos.

O trabalho análogo à escravidão é caracterizado por condições degradantes, jornadas exaustivas, servidão por dívida e restrição de liberdade. Apesar dos avanços nas fiscalizações, a prática ainda persiste em diversas regiões do país, especialmente em atividades agrícolas e de extração de recursos naturais.


Combate ao trabalho escravo


As ações de resgate são realizadas por equipes da SRTE em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal. Além de libertar os trabalhadores, as operações buscam responsabilizar os empregadores e promover a reinserção das vítimas no mercado de trabalho em condições dignas.


Apesar dos desafios, autoridades afirmam que a intensificação das fiscalizações e a conscientização da sociedade são fundamentais para reduzir os casos.

“Precisamos de um esforço coletivo para garantir que nenhum trabalhador seja submetido a condições desumanas”, reforçou Calazans.

Enquanto Ibiá e outras cidades mineiras lidam com o impacto desses resgates, a esperança é que campanhas como “Minas sem Trabalho Escravo” possam não apenas coibir a prática, mas também promover uma mudança cultural em relação ao tema.

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