Polícia Civil interdita clínica de recuperação de dependentes químicos em Sacramento
Clínica se localiza próximo a divisa de Minas com São Paulo. Local estava com mais do dobro da capacidade de internos.
Foto: Polícia Civil de MG/Divulgação
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em conjunto com a Polícia Militar, Ministério Público e Vigilância Sanitária, interditou nesta quarta-feira (20), uma clínica de recuperação de dependentes químicos na cidade de Sacramento, região do Alto Paranaíba. No local a polícia encontrou várias irregularidades entre elas, extrema falta de higiene, cárcere privado e quantidade de camas insuficientes pelo grande volume de internos.
Conforme o delegado Rafael Jorge, responsável pela operação, havia pessoas passando fome no local. Ainda segundo o delegado, quando os policiais chegaram na clínica só havia arroz puro e os internos disseram que, praticamente, só comiam aquilo e, às vezes, um legume que eles mesmos plantavam no local. Além disso, há indícios que os internos recebiam medicamentos controlados sem orientação médica.
A polícia informou que a capacidade da clínica é de 20 pessoas, mas foram encontrados 56 internos no local, situação que confirma a superlotação na clínica.
Um dos quartos da clínica interditada. Foto: Polícia Civil de MG/Divulgação
Os internos foram ouvidos pela polícia e confirmaram estarem sendo mantidos no local contra a vontade deles. Eles confessaram que no momento em que eram permitidas ligações telefônicas para familiares, eram monitorados por coordenadores da clínica, para que não contassem nada do que acontecia no local.
Ainda conforme informações repassadas pela polícia, foram encontrados no local vários animais da fauna silvestre presos em gaiolas. Os animais foram recolhidos e entregues à Polícia Ambiental de Minas Gerais.
“Tudo constatado presencialmente pelo promotor de Justiça José do Egito de Castro Sousa”, disse o delegado.
A clínica se localiza na zona rural de Sacramento, nas proximidades da ponte de Rifaina (SP), na divisa entre Minas e São Paulo.
Conforme divulgado em reportagem pelo site Estado de Minas, o dono do estabelecimento e suspeito dos crimes foi identificado. Ele reside em Franca (SP) e é considerado foragido. Dois funcionários, ex-internos, estavam no local e também prestaram depoimentos à polícia.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos.
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