Raridade alada encanta moradores da Chapada Gaúcha em Minas Gerais

Segundo o biólogo especialista em aves Luciano Lima, a ave pode ser um sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) ou um sabiá-barranco (Turdus leucomelas).

Foto: José Nilson

Desde o início de setembro, uma ave incomum tem despertado a curiosidade dos moradores da Chapada Gaúcha, em Minas Gerais. José Nilson, que trabalha em uma área preservada da região, foi um dos primeiros a avistar o pássaro. "Eu estava em casa e de repente ela apareceu em uma árvore encostada aqui. Vi que era um pássaro diferente por conta da cor e quando cheguei mais perto achei que era um sabiá e que tinha o olho vermelho. Desde então ela tem aparecido por toda cidade e muita gente tem visto ela", relata José.

Segundo o biólogo especialista em aves Luciano Lima, a ave pode ser um sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) ou um sabiá-barranco (Turdus leucomelas). No entanto, fotos mais detalhadas ou a gravação do canto seriam necessárias para identificar com certeza a espécie.

A característica mais marcante do pássaro é o albinismo, uma condição genética rara que resulta na ausência total de pigmentos na pele. "Podemos dizer que é um registro raro", destaca o ornitólogo. O albinismo é causado por um gene recessivo que impede a produção de melanina e carotenoides, pigmentos responsáveis pelas cores. Além das penas, do bico e das patas, os olhos também são afetados, ficando vermelhos devido à ausência de coloração.

Essa mutação genética torna os indivíduos mais sensíveis ao sol e pode dificultar a camuflagem. No entanto, o sabiá branco de Chapada Gaúcha parece estar se adaptando bem, alimentando-se normalmente e interagindo com outras aves. "Eu fiquei surpreso de ver um pássaro branco e para mim é uma curiosidade e tanto, porque além de lindo, é único. Todos da cidade estão animados com a novidade e se unindo para proteger o animal", conclui José.

A presença do sabiá albino tem unido a comunidade em um esforço coletivo para garantir a segurança e bem-estar do pássaro, transformando a rara aparição em um símbolo de preservação e admiração pela natureza.