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Serra da Saudade: A dinastia política da menor cidade do Brasil

A dinâmica política de Serra da Saudade levanta questionamentos sobre a influência e a estabilidade de clãs políticos em municípios pequenos.



SERRA DA SAUDADE, MG - No interior de Minas Gerais, a pequena cidade de Serra da Saudade, com apenas 833 habitantes, se destaca não apenas pelo seu título de menor município do Brasil, mas também pela intrigante dinâmica política que a mantém em evidência. Há quase 25 anos, o ex-casal Alaor Machado e Neusa Ribeiro, ambos do Progressistas, se revezam no comando da prefeitura, estabelecendo uma verdadeira dinastia política em um lugar onde há mais eleitores do que moradores.


Com apenas 12 ruas e dois bairros, Serra da Saudade possui uma infraestrutura modesta, incluindo uma escola municipal e um posto de saúde, mas carece de serviços básicos como farmácias e postos de gasolina. A cidade, segundo o Censo do IBGE de 2022, conta com 1.294 eleitores, muitos dos quais não residem mais no município, mas continuam a votar ali.


Neusa Ribeiro e Alaor Machado. Foto: TSE/Divulgação.

A alternância de poder entre Alaor e Neusa começou em 2000, quando Alaor assumiu a prefeitura pela segunda vez, após um primeiro mandato de 1993 a 1996. Neusa, por sua vez, governou a cidade de 2009 a 2016, antes de Alaor retomar o cargo nas eleições de 2020. Agora, em 2024, Neusa tenta novamente a reeleição, enfrentando apenas o lavrador Derli Donizete (Avante), que luta há três eleições para derrubar a dinastia do ex-casal. Nas últimas eleições, Alaor conquistou 864 votos, enquanto Derli obteve apenas 99.


Além da alternância entre os dois, um outro aspecto interessante é a presença do filho do ex-casal, Marcelo Machado, que ocupa o cargo de controlador-geral do município há 20 anos. Com um salário de R$ 13.706,99, Marcelo é o segundo maior salário da folha de pagamento, perdendo apenas para seu pai, Alaor, que recebe R$ 14.035,16.


A dinâmica política de Serra da Saudade levanta questionamentos sobre a influência e a estabilidade de clãs políticos em municípios pequenos, onde a alternância de poder pode parecer mais uma estratégia familiar do que uma verdadeira competição democrática.


Com as eleições de 2024 se aproximando, a população aguarda para ver se a história se repetirá ou se um novo capítulo será escrito na história dessa peculiar cidade mineira.

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