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Setembro Amarelo: Precisamos falar sobre suicídio


Durante o mês de Setembro, a cor amarela em locais públicos e particulares remete a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. A ampla divulgação de informações tem por objetivo alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.


A decisão de tirar a própria vida é um fenômeno complexo que envolve a interação de múltiplos fatores de ordem individuais, sociais e culturais. Pode-se dizer que o suicídio é uma silenciosa epidemia, com registros anuais de cerca de dez mil casos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Além do preocupante aumento no numero de casos, o tema ainda é considerado tabu, e segundo a OMS, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos, o que justifica e respalda a necessidade desta campanha.


Alguns levantamentos internacionais apontam que em cerca de 97% dos casos, o suicídio é um marcador do sofrimento psíquico ou de transtornos psiquiátricos. Entretanto, vale ressaltar que estes dois fenômenos são coisas distintas que podem ou não estar associados.  Sendo o sofrimento psíquico algo da ordem da existência, condição comum a todos, embora cada um possa vivenciá-lo de maneira distinta, em intensidade e em momento diferente.


Dentre os transtornos psiquiátricos atrelados ao suicídio, a esquizofrenia, o alcoolismo e a depressão são os mais incidentes, sendo a depressão o de maior prevalência. Entretanto, apenas 15% a 20% das pessoas com depressão se suicidam, mostrando que nem todo deprimido se suicida e nem todas as pessoas que cometeram o suicídio apresentavam depressão. Desse modo, é prudente considerar a depressão como um fator de risco para o suicídio, mas não como causa.


É sabido que as pessoas que atentam contra a própria vida, comumente buscam na verdade interromper uma condição de sofrimento e dor que seja demasiadamente insustentável. De modo ambivalente, não se deseja a morte, mas matar aquela parte dolorosamente insuportável de si.


É mito a ideia de que falar sobre suicídio aumenta o risco para o mesmo, muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.


Dessa forma, as estratégias de prevenção do suicídio vão além das ações dos profissionais de saúde e só ganham potência quando há um trabalho de sensibilização de toda a sociedade. Estas ações devem ser realizadas por meio de informações pertinentes que viabilizem a discussão e consequentemente a quebra de tabus, preconceitos e medos, focando numa rede vigilante e conectada que promova uma escuta ao outro que valide e acolha o sofrimento, dentre outras possibilidades de manejo mais assertivas.

Por: Júlia Feltrin Ivers e Denise Ely Bellotto de Moraes.


SINAIS DE SUICÍDIO

Orientações psicológicas ressalta a importância de as vítimas serem assistidas por uma rede de apoio e monitoramento. O suicídio é premeditado e a vítima costuma emitir sinais, como falta de esperança com o futuro, isolamento, frases como “vou desaparecer” ou “vou deixar vocês em paz”, que caracterizam situação de alerta. O que deve ser levado a sério por quem está próximo.


APOIO ÀS VÍTIMAS

Diante desse tipo de situação é importante que as pessoas próximas ofereçam apoio e compreensão, abordando o suicídio de forma clara. Evite condenar, banalizar ou dar sermões sobre a situação. O aconselhado é orientar a pessoa por ajuda profissional.


CASOS EM IBIÁ

Em menos de um mês duas pessoas cometeram suicídio em Ibiá. O primeiro caso ocorreu no dia 16 de julho, quando uma mulher atentou contra sua própria vida se enforcando dentro da casa onde morava, no bairro São Benedito. No mesmo bairro, no dia 11 de agosto, véspera do dia dos pais, um homem cometeu suicídio ingerindo veneno usado em lavouras.


Lembrando que amigos e familiares podem ajudar muito alguém que apresenta fatores de risco para o suicídio: ao mostrar que se preocupam e que se importam com a pessoa, ao se interessar por aquilo que é importante para ela, ao resgatar memórias felizes, mantendo sempre a mente aberta e uma postura que não provoque ameaças, incentivando a pessoa a buscar ajuda profissional.


Podemos dizer que o suicídio não é um ato racional, é um ato cometido por alguém que está vulnerável e que se torna vítima de si mesmo.

Por fim, o que leva uma pessoa ao suicídio pode ser, no fundo, o desejo de viver e não o desejo de morrer, uma vez que pode ter criado para si a ilusão de uma vida que acredita não poder viver.

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